Usando o Very Large Telescope, do European Southern Observatory, a equipe liderada pelo francês Matt Lehnert calculou que a UDFy-38135539 está a 13,1 bilhões de anos-luz da Terra e é o objeto mais distante já identificado no universo.
NASA, ESA, G. Illingworth (UCO/Lick Observatory and University of California, Santa Cruz) and the HUDF09 Team |
A localização da galáxia na imagem do Hubble |
Isso significa que, ao olhar para a imagem da galáxia, estamos visualizando a luz de quando o universo possuía apenas 600 milhões de anos – já que o Big Bang ocorreu a cerca de 14 bilhões de anos.
Essas são as primeiras observações confirmadas de uma galáxia cuja luz passa pela neblina opaca de hidrogênio do Universo primitivo. Quando o Universo esfriou após o Big Bang (a cerca de 14 bilhões de anos), os elétrons e prótons se combinaram para formar o gás hidrogênio. Esse gás frio e escuro era o principal elemento do cosmos nessa chamada Era Escura, na qual não existiam objetos luminosos.
Essa fase eventualmente chegou ao fim quando as primeiras estrelas se formaram e sua intensa radiação ultravioleta gradualmente separou os átomos do hidrogênio de novo, fazendo a neblina se tornar transparente. Essa época da história do universo primitivo durou entre 150 milhões e 800 milhões de anos depois do Big Bang.
Estudar essas primeiras galáxias é muito difícil. Quando sua luz inicial chega à Terra, além de muito fraca, ela está em sua maioria no espectro infravermelho - uma vez que seu comprimento foi esticado pela expansão do Universo.
Apesar desses desafios, a Wide Field Camera 3 a bordo do Hubble descobriu muitos objetos em 2009 que se acreditava serem galáxias desse período. Confirmar a idade delas, no entanto, exigiu 16 horas de observação de dois meses de análises e testes.
O fato tem grandes implicações astrofísicas. Esta é a primeira vez que se sabe, com certeza, que estamos olhando para uma das galáxias que “limparam” o Universo de sua neblina de hidrogênio. E, como o brilho da UDFy-38135539 não parece ser forte o suficiente, acredita-se que existam outras companheira a espera de serem descobertas.
Os resultados saíram hoje na Nature.
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